Como preparar a logística refrigerada para o aumento de volumes no final do ano: eficiência e escalabilidade

Os últimos meses do ano representam um desafio logístico importante para o setor alimentar. Campanhas promocionais, Black Friday, Natal e o encerramento fiscal provocam um aumento significativo da atividade, especialmente nas operações com temperatura controlada. Enfrentar esse pico de demanda exige mais do que capacidade operacional: requer antecipação, flexibilidade e uma estrutura logística capaz de escalar sem perder eficiência.

1. Compreender o comportamento sazonal do produto

Nem todos os produtos refrigerados respondem da mesma forma ao aumento da procura. Congelados, refrigerados de alta rotatividade, produtos premium ou destinados à exportação apresentam dinâmicas distintas. Preparar a logística implica analisar padrões históricos, antecipar os "picos dentro do pico" — como as semanas que antecedem o Natal — e adaptar os recursos de forma específica.

Um erro comum é aplicar soluções generalistas a fluxos muito específicos. O primeiro passo é compreender que tipo de produto está a ser movimentado, a que temperatura deve ser mantido, quanto tempo pode permanecer em trânsito e qual a sua importância estratégica para o cliente final.

2. Projetar operações logísticas escaláveis

Escalar não significa simplesmente aumentar a atividade, mas sim melhorar a forma como ela é executada: com mais eficácia, velocidade e precisão. Uma operação escalável consegue absorver aumentos de volume sem comprometer o serviço nem os custos.

Isso exige estruturas modulares, como câmaras frigoríficas adaptáveis conforme a carga, e processos de apoio externos (picking, etiquetagem, cross-docking) que libertem capacidade interna em momentos críticos.

Também é fundamental dispor de ferramentas de previsão de demanda que permitam ativar rotas adicionais apenas quando forem realmente necessárias. A chave está na antecipação, e não no sobredimensionamento.

Neste contexto, a tecnologia faz a diferença: sistemas de gestão de armazém (WMS), planeamento automático de rotas e painéis de controlo logístico facilitam a tomada de decisões em tempo real e permitem ajustar a operação de forma dinâmica.

3. Reforçar a rastreabilidade e o controlo de temperatura

Durante os picos logísticos, manter os padrões de qualidade é mais exigente — mas também mais necessário. A rastreabilidade e o controlo da temperatura devem ser inquebrantáveis, mesmo sob pressão.

O transporte multitemperatura deve garantir a cadeia de frio de ponta a ponta. Para isso, é essencial utilizar sensores calibrados, sistemas de alerta automatizados e protocolos alinhados com normas como a convenção CMR de transporte internacional rodoviário.

Internamente, os procedimentos também devem ser reforçados: revisão de equipamentos, validação de sistemas de registo e formação específica para qualquer reforço temporário. Um erro na cadeia de frio não se resolve com uma segunda entrega.

4. Otimizar rotas e tempos de entrega

A congestão nas plataformas logísticas e pontos de venda durante esta época pode comprometer a eficiência das operações. Por isso, a otimização de rotas deve considerar não apenas a distância, mas também as janelas horárias, restrições urbanas, prioridades dos clientes e a capacidade real de receção.

Alguns fatores-chave neste planeamento incluem:

  • Distinguir entre entregas críticas e flexíveis;
  • Agrupar pedidos por zonas geográficas e faixas de temperatura;
  • Antecipar horários especiais e feriados nos pontos de destino.
 

Além disso, é essencial que as rotas tenham margem para contingências e contem com alternativas previamente definidas. O planeamento deve ser, mais do que nunca, um processo vivo.

5. Prever reforços operacionais e formação interna

Quanto maior o volume, maior a complexidade. Não basta aumentar o número de envios — é necessário manter o mesmo nível de precisão e rastreabilidade. Isso só é possível se os reforços de pessoal forem planeados com antecedência e se receberem formação adequada nos protocolos específicos da logística do frio.

Incorporar equipas de apoio sem preparação adequada implica riscos reais: erros de etiquetagem, ruturas de stock ou, ainda pior, falhas no controlo da temperatura. Antecipar esses riscos é parte essencial de uma gestão escalável e eficaz.

6. Colaborar com o cliente no planeamento

A eficiência logística começa com a comunicação. Os picos de fim de ano não devem ser uma surpresa, e o seu impacto é muito menor quando se planeiam de forma colaborativa.

Mais do que prever volumes, é necessário trabalhar com os clientes nos seguintes pontos:

  • Calendários e janelas de entrega;
  • Priorização de pedidos;
  • Ajustes na frequência e no formato das expedições.

Essa coordenação permite dimensionar os recursos com precisão, reduzir pressões operacionais e manter a qualidade do serviço mesmo nos momentos mais exigentes do ano.

Preparação, escalabilidade e confiança: os três pilares do sucesso

Gerir com êxito a logística refrigerada nos últimos meses do ano implica olhar para além do aspeto operacional. Trata-se de construir uma rede capaz de se adaptar rapidamente, escalar com eficiência e manter a qualidade independentemente do volume. As empresas que conseguem aliar planeamento, tecnologia, flexibilidade e colaboração com o cliente não só superam o desafio, como transformam essa fase numa oportunidade de fortalecer relações e ganhar vantagem competitiva.

Na SOAPA Europa, enfrentamos cada campanha sazonal com a experiência de quem atua há anos em ambientes exigentes e multitemperatura. A nossa missão é acompanhar os nossos clientes no seu crescimento, oferecendo soluções logísticas adaptadas aos desafios reais do mercado. Porque uma logística preparada não só responde — ela impulsiona.


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